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ACABATIVA


Meus amigos,
Mais uma vez trago um texto que recebi, achei muito interessante e divido com vocês.
Como estou impossibilitado de ficar escrevendo em função de uma lesão nos membros superiores, mas já estou em tratamento e em breve voltarei a escrever meus textos e apresentarei novidades para vocês, poucos, mas sinceros leitores.
Vamos ao texto de Luciano Pires enviado por Lucinda Prado via Clube Caiubi.

Mais um final de ano, tempo em que tomamos aquelas decisões que sempre deixamos para trás, sabe como é? Ano que vem vou perder peso, virar palestrante, deixar de fumar, mudar de emprego, mudar de amor, mudar de país... mudar, mudar, mudar. E doze meses depois olhamos pra trás e constatamos que não conseguimos fazer o que dissemos que íamos fazer. Faltou acabativa.
Anos atrás encontrei num texto de Stephen Kanitz essa palavra genial: “acabativa”, que não existe nos dicionários. Sua oposição ao termo “iniciativa” explicita o conceito do fazer acontecer com clareza absoluta: “Chega de iniciativa. Precisamos de acabativa”. Ou “de que serve ter iniciativas sem ter acabativas?”. Transformei o termo em uma de minhas marcas como palestrante e ao longo do tempo observei certas “categorias de consciência” com relação à acabativa, que talvez você reconheça.
Primeira categoria: o “zé-mandado”, gente que só se movimenta quando recebe ordens e faz exatamente aquilo que o chefe mandou. Para os zé-mandados, a acabativa é um estímulo externo, necessariamente acompanhado de instruções e da ameaça de represália se a ordem não for executada. Os zé-mandados são motivados pelo medo, que provoca alto envolvimento, mas comprometimento zero. Praticam o pensamento crítico apenas para reclamar do chefe, da empresa, dos políticos e da vida. Os zé-mandados são a maioria no universo profissional. Reativos, se transformam em pesos mortos quando não tem o chefe para obedecer.
Segunda categoria: os “asnos com iniciativa”, gente que sai fazendo sem refletir a respeito, incapaz de compreender o impacto e influência de suas ações sobre outras pessoas e processos. Essa gente não consegue ligar causa com consequência, age por impulso e tenta sempre aplicar velhas soluções a novos problemas. Os asnos com iniciativa são perigosos, já que não compreendem as consequências de seus atos. E quando criticados ficam revoltados, pois se dizem tolhidos em suas iniciativas. Acabativa na mão deles é uma ameaça...
Terceira categoria: os “empurradores”. São especialistas em colocar a responsabilidade nas mãos de outros. Basta uma palavra e pronto: é no seu colo que eles jogam o problema. Essa gente tem uma facilidade impressionante de colocar a culpa em outras pessoas e processos. Nas mãos delas as coisas não andam, e sempre tem uma explicação para o “por que não fiz”, “por que não deu”. Os empurradores desconhecem o significado do termo acabativa. Jamais passam da iniciativa.
Quarta categoria: o cagão. Sobre ele já escrevi outros textos, mas o cagão tem um papel importante como complicador da acabativa. Ele não admite correr riscos, evita tomar iniciativas com medo das conseqüências e sempre que pode aconselha os outros a não fazer, a deixar como está. Para o cagão, acabativa é incomodação.
Existem outras categorias que abordarei em artigos futuros, pois pretendo ir mais fundo na questão da acabativa. O mais importante é constatar que fazer acontecer exige coragem, capacidade de enxergar longe, compreensão do todo, comprometimento e – acima de tudo – entender aonde se quer chegar. Sem isso só é possível obedecer ordens, fazer cagadas, empurrar pros outros ou... ser um cagão.
Reconheceu alguém aí?
Luciano Pires

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