Este conto foi-me enviado pela própria autora, Lucinda Prado, que, a exemplo do conto anterior, publico para compartilhar essa maravilha com vocês. Aproveitem e deleitem-se. Ela não sabia como chegara naquela cidade fantasma. Cidade, essa, que um dia estava repleta de vida, mas agora, quanta desolação, quanto abandono. Ela caminha no seu andar pesado, cansado, sofrido, quase sem forças para se arrastar pelas ruas abandonadas. Uma força a arrasta para frente de um casarão abandonado, sem a exuberância de outrora. Os jardins em matagais, com seus bancos em desmoronamento. Não se ouve mais o canto da passarada, nem tão pouco o riso distante de crianças, nem o latir do cão anunciando sua chegada. Cansada e faminta ela empurra o velho portão, que parece gritar de dor, quando ela força uma passagem para adentrar no seu quintal. Ela se arrasta para a sombra de uns arvoredos que insistem em permanecer em pé, alheios a desolação do ambiente. Deixa-se escorregar em suas sombras, uma espé
Carlinho Motta Poesia - Canção - Comida