Outro dia estava lembrando de em uma conversa que tive com um amigo sobre fincar raiz. Nesse nosso papo, ele foi taxativo em dizer que eu não fincava raiz, que eu era um mutante, que não parava em lugar algum, que estava sempre de malas prontas para uma mudança que poderia acontecer a qualquer momento. Disse-me, também, que eu era irrequieto, que estava sempre bolando algo diferente para fazer, que não amadurecia naquilo que estava fazendo. Que, da forma que ele acreditava, eu não seria reconhecido por nada que fizesse.
Passado um tempo comecei a pensar a respeito e pude perceber que ele tinha razão quanto a minha inquietude, quanto às malas sempre na porta de saída, porque eu sempre tentava algo novo, tinha sempre a pretensão de mudar as coisas.
Na verdade, sempre tive em mente que, pra sermos felizes temos que ter amor àquilo que fazemos, temos que fazer coisas com as quais nos identificamos, temos que ter o máximo de prazer em realizar nossas escolhas, sem o que, vamos sempre trabalhar na vida sem ter a alegria de nos divertir. Alguém me disse, certa vez, que se trabalhamos no que nos dá prazer, o trabalho passa a ser lazer e, assim, nunca mais trabalharemos na vida, será só divertimento.
Uma coisa que me dá prazer máximo é quando eu estou escrevendo, quando estou tocando meu violão, meu cavaquinho, quando me apresento em um show, quando publico meus textos em meu blog, quando posto uma música ou um vídeo novo em que estou participando, quando estou transmitindo as impressões que tenho sobre a vida, sobre as coisas que presencio, as coisas que assisto, para os leitores de meu espaço cibernético.
Passei a perceber que as idéias de meu amigo, sobre fincar raiz, divergiam da minha. Para ele fincar raiz é viver no mesmo local onde crescemos, ter sempre, e somente, os mesmos amigos de infância, permanecer no mesmo emprego, fazer sempre as mesmas coisas que fazíamos quando pequenos. Fincar raiz, para ele é não mudar de opinião, ser contrário a evolução, ter travada a idéia de que o mundo parou no tempo.
Fincar raiz, sob o meu ponto de vista, é ter uma meta na vida, é viver conforme sua determinação, é ter em mente que o mundo é mutante, que as diferentes gerações estão aí para ensinar umas as outras sobre os valores da vida. Fincar raiz, para mim, é ter coragem de mudar, é ter vontade de crescer, é querer ser diferente. Fincar raiz é dar oportunidade ao seu coração de fazer escolhas, dar liberdade de ter emoções, é ser fiel aos seus conceitos mudando-os quando necessário, é quebrar paradigmas formados pelas gerações passadas. Fincar raiz é dar oportunidade ao novo, é criar outros círculos de amigos e assim trocar experiências, aprender mais, conhecer outras culturas, se abrir para o mundo.
Diversas são as formas de Fincar raiz. Não quero, com isso, dizer que meu amigo está errado, pelo contrário. Na visão dele fincar raiz é aquilo tudo que ele pensa.
Quanto a mim, sei que ele fincou raiz, mas eu prefiro um vaso onde possa me plantar e, dessa forma, poder correr o mundo em buscar de novos ares.
Abraços em todos e até a próxima,
Carlinho Motta
Mira Lemos,
ResponderExcluirQuerido, fincar raiz para mim é ser um eterno mutante "eu prefiro ser aquela metamoforse ambulante", sem perder a sua cultura, suas raízes. Fincar raiz é assumir um compromisso com a vida, aceitando como colocou as transformações impostos pelas novas gerações e os avanços tecnológicos. É amar Ubaitaba, mas querer sair da cidade para conhecer outros lugares, pessoas, culturas.