Quando comecei este blog pedi a alguns amigos que me enviassem sugestões de temas para que eu pudesse pesquisar e escrever. Confesso que falhei na maioria das indicações porque quase nunca a inspiração para escrever me vem de sugestões, mas de dentro, daquilo que sinto, observando os acontecimentos do dia a dia, lendo reportagens, vendo TV, ouvindo rádios, notícias etc.
Mas uma sugestão em especial veio de um dos meus melhores amigos. Ele sugeriu que eu falasse sobre a “banalização da criminalidade”. De como as pessoas estão acostumadas a ver a violência e passar “batido”, como dizem os jovens – se bem que eu me sinto assim, as vezes.
Lendo reportagens há tempos atrás, fiquei muito feliz com a aprovação, no vestibular para área biomédica, de um jovem no interior. Este menino, de família de baixa renda, que estudou na rede pública e sem maiores condições, foi aprovado com mérito em uma universidade federal.
Lendo outra reportagem recente me deparei com uma barbaridade. Este mesmo menino, que outrora havia conseguido vencer uma verdadeira batalha, foi alvejado de forma estúpida e covarde por marginais que, ao que me parece, não têm alma. Pessoas sem escrúpulos que não têm coragem de enfrentar as dificuldades e atrapalham covardemente a trajetória de um vencedor.
Mais abismado me vi quando, na mesma reportagem, foi veiculado que os assassinos deste verdadeiro herói o assassinaram porque não encontraram a sua verdadeira vítima.
Assim, deste jeito, não conseguiram encontrar a quem procuravam não perderam a viajem: “ASSASSINARAM UM EXEMPLO DE LUTA, EXEMPLO DE PERSEVERANÇA, EXEMPLO DE SER HUMANO” que mesmo na adversidade não se deixou abater e foi a luta, estudou, vivenciou cada letra dos livros que teve oportunidade de ter nas mãos.
Em um de meus textos passados escrevi sobre a violência que acometeu a família do menino João Hélio. Há alguns dias foi noticiado que o TJ do Rio de Janeiro libertou um de seus algozes. Um jovem, menor de idade, que estava com a arma na mão e que surpreendeu a mãe do menino João para roubar-lhe o carro e irresponsavelmente sentou-se no banco de trás do veículo, onde estava o menino, e disse que não tinha percebido que o menino estava sendo arrastado pelo veículo.
Outra notícia que me deixou mais entristecido foi o assassinato de um Policial Federal que estava em uma festa “armado”, por outro Policial Federal que estava na mesma festa “armado”.
E agora estamos assistindo a outro caso de violência. Desta vez envolvendo pessoas conhecidas, formadoras de opinião e que deveriam dar exemplo de responsabilidade.
O caso em voga mostra que o dinheiro, muitas vezes, faz com que pessoas sem preparo para a vida pensem que podem tudo, que nada lhes é impossível, que nunca serão surpreendidas e que nunca serão descobertas.
Nada foi provado ainda, mas ao que tudo indica, e está sendo noticiado, é que as pessoas que estão presas cometeram realmente este crime bárbaro.
Estamos vendo outros que deveriam dar exemplo colocar dinheiro nas meias, nas cuecas, nas bolsas e acharem que isso é a coisa mais normal do mundo e ainda têm a cara de pau de falar aos jornalistas, investigadores, juízes, promotores que o dinheiro era para pagar “panetones” para a população de baixa renda.
Mas a banalidade não está na reportagem e sim na atitude das pessoas.
Pois é, meus amigos, será que estamos nos acostumando com a bandidagem? Será que vamos continuar a ficar calados com essas atrocidades que vemos sem buscar soluções?
As eleições estão chegando e estes mesmos bandidos vão lançar mão de subterfúgios para conquistar nosso voto. Vamos ficar atentos para que não caiamos mais nas garras destes maus administradores, legisladores, falsários, bandidos autorizados pelos nossos próprios votos. Não esqueçamos que eles nos representam, que eles falam por nós e tudo o que eles fazem é com nosso aval.
Vamos nos lembrar da lei da ficha limpa, mas não devemos nos descuidar porque alguns desses usurpadores do dinheiro público ainda não foram condenados, tampouco foram processados, pois eles sabem furar o bloqueio que a lei lhes impõe responsabilidade. Quem sabe, com caras novas no congresso, possamos mudar nossas leis penais para que os bandidos de hoje pensem duas vezes antes de cometer seus crimes e possamos viver em harmonia.
Até a próxima,
Carlinho Motta
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