A acrobacia que fazemos para desvendar os mistérios que
envolvem nossas relações é uma arte que devemos enaltecer. Cumprir a missão de
corresponder às expectativas dos nossos convivas é algo extremamente
desgastante.
Ofegante ilusão a de que podemos melhorar para que
sejamos aceitos, não nos dando conta de que a aceitação está, em primeiro
lugar, em aceitar a nós mesmos, nossos acertos, nossos erros, nossas
frustrações, nossos dissabores.
Melhorar porque?, melhorar o que?, se o certo e o errado
é uma coisa muito relativa. O que é certo para uns não o é para outros. A
relatividade se dá exatamente por causa dos pontos de vistas que cada um possui
em seu bom senso, outra atividade bem individual. Já me disse um professor que
tive, parafraseando alguém que desconheço:
“O ponto de vista é a vista do ponto”
Vã é a afeição pelo perfeito, pelo incerto, por aquilo
que desejamos sem ter a certeza de que é realmente o que necessitamos e, se
assim for, se é mesmo muito importante ou se não podemos viver sem ele. Muitas
vezes nos pegamos tentando ser mais do que somos somente para nos sentirmos
inseridos ao meio que desejamos e que sonhamos pertencer. Momentos são em que
nos vendemos somente para ter a oportunidade de viver um sonho, sem perceber,
achando que “isso não acontece comigo, só com o outro, comigo não”, e não nos
deixamos abrir a capa que nos venda ao espelho mostrando o que realmente somos.
Decidi que serei como sou, que terei aquilo que tenho,
que conquistei e que conquisto com meu trabalho, com meu suor, sem me deixar
levar por ilusões, sem me balançar por algo que não sei se será bom.
Estou propenso a largar coisas que faço, e que não é
minha essência, meu legado, minha força, meu contexto, farei aquilo que me leva
ao prazer dentro do que acostumei a ganhar, sem a pretensão de ter o que não
posso ter, pretendo não cogitar ser mais do que sou.
Não jogo na mega sena, em loterias, tampouco faço jogo do
bicho para ficar rico. Minha riqueza são os amigos sinceros, aqueles que estão
sempre por perto quando preciso e quando não preciso, porque estes sim, são os
verdadeiros. Aqueles que aparecem quando estamos bem e desaparecem quando não estamos,
mesmo não os procurando, eu dispenso. Muito obrigado, mas podemos beber uma
cerveja, jogar conversa fora, mas amigo mesmo é aquele que podemos contar.
Vou continuar vivendo, um momento de cada vez, uma tarefa
depois a outra, sem atropelar, sem ultrapassar etapas e sem passar por cima de
outras pessoas para satisfazer minhas pretensões.
Espero que este texto seja lido por quem necessite para
que possa refletir sobre suas atitudes. Esta não é uma aula de ser bom ou mal, não
desejo ser professor de nada, minhas atitudes é que servirão de exemplos para
que as pessoas possam ver e escolher o que deve e o que não deve ser feito,
assim como aprendi com meu pai. Este sim, foi um homem humilde e que sabia
levar a vida. Não nos ensinou muito com palavras, mas com atitudes, com ações
que buscamos em nossa memória para discernir o que devemos ou não seguir, o que
realmente faz parte de nosso mundo para que possa nos servir de orientação.
Vamos vivendo, vamos aprendendo com a vida, vamos dar
mais valor as pessoas que tem mais experiência, vamos usar suas atitudes para
escolher o que queremos, o que precisamos fazer para nosso crescimento, para
nossa vida, sem questionar se eles estão certos ou errados, apenas observar
seus feitos para usar como exemplo e avaliar se caba as nossas vidas usar este
ou aquele modelo.
Até a volta,
Carlinho Motta
Excelente texto!!
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