Hoje, vindo para o trabalho pela manhã, enquanto lia em meu jornal a notícia da vitória do meu Botafogo e escutava músicas em meu mp3, fui surpreendido por uma moça que, sentando ao meu lado um tanto apreensiva, começou uma conversa que não entendi bem porque a música estava alta. Quando tirei o fone do ouvido para poder entender do que se tratava, ela me contou que havia presenciado uma cena da qual não quis relatar por sentir vergonha do ato cometido por um passageiro que estava a sua frente. Dando a entender que aquele homem teria cometido ato obsceno olhando-a fixamente, procurou sair do local buscando abrigo ao meu lado na tentativa de escapar do suposto assédio.
Tentei acalmá-la dizendo que deveria esquecer-se do ocorrido e que conversasse comigo, como se fossemos amigos, já que estávamos sentados em um banco que dava uma visão direta para o “distinto passageiro obsceno”.
Duas estações depois, nosso “ilustre cavalheiro impudico” desceu e pude ver no semblante da jovem que a calma começou a tomar lugar em seu olhar antes apreensivo. Não tive muito tempo para conversar com ela, pois a estação seguinte eu desembarquei.
Estou contando esta história para alertar as pessoas que cuidado nunca é demais. Muitas vezes nos deparamos com situações que nos deixam atônitos causando-nos certo desconforto.
Procurando dar maior tranquilidade, comentei com ela que tinha um blog onde contava fatos da vida, como este, e que, quando não estava lendo, observava os acontecimentos com a finalidade de ter material para escrever.
Esta situação é bastante comum. Muitas histórias nem são contadas, porém são vividas por muitas pessoas acendendo um alerta, principalmente para as mulheres que viajam em transporte público. O metrô e o trem são dotados de carros exclusivos para as mulheres, pelo menos no horário de pico, mas esses assombros acontecem em todos os horários. Quem sabe não seria interessante colocar câmeras para que os veículos, a exemplo de alguns ônibus, fossem monitorados e, em tempo real, pudessem ser detectadas ações como essas e que prontamente fossem coibidas.
Espero ter outras histórias para contar, mas sem mocinhas desesperadas com ações de “cidadãos imorais”.
Até a próxima,
Carlinho Motta
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